O cirurgião plástico Altamiro da Rocha Oliveira foi condenado pelo Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro a pagar R$ 87 mil a sua ex-paciente Marília de Sá Marques Poliano, que teve a mama deformada após cirurgia plástica mal-sucedida, de cunho estético, para esvaziamento da mama e colocação de prótese.
A quantia corresponde a R$ 50 mil de indenização por danos morais, R$ 5 mil por outra operação a que a paciente teve que se submeter, R$ 2 mil pelo uso de motorista, uma vez que a vítima ficou impossibilitada de dirigir, e R$ 30 mil pelos lucros que ela deixou de ganhar, pois não pôde trabalhar durante 15 meses.O médico alegou que os problemas ocorreram porque havia nódulos malignos na mama da paciente. A desembargadora Letícia Sardas estranhou o argumento, já que a cirurgia foi realizada sem a presença de um oncologista: "Só o cirurgião plástico realizou a cirurgia sem o auxílio de um oncologista. Se a paciente fosse portadora de câncer de mama, o cirurgião plástico não faria. Ela foi submetida a cinco cirurgias, um absurdo. Não vai recompor a mama nunca mais", afirmou. Letícia Sardas disse também que laudos comprovaram a inexistência de nódulos malignos na mama da paciente em exames realizados em 1993, 1994 e 1995. "Houve negligência sim", concluiu."Jamais foi ventilado que ela teria câncer, nódulo e, no entanto, houve uma tragédia, algo chocante", afirmou o desembargador Sergio Cavalieri. O desembargador destacou que se trata de uma relação de consumo na qual o médico é um prestador de serviços. "O foco é este: saber se houve ou não defeito na prestação do serviço", ressaltou o desembargador.
Na ação de indenização, Marília de Sá conta que foi submetida a uma cirurgia plástica em janeiro de 1995 e que, logo após a operação, o médico garantiu que estava tudo bem e que não havia perigo de displasia (desenvolvimento anormal dos tecidos da mama) ou câncer. Tempos depois, a paciente começou a sentir fortes dores e foi atendida na clínica de Oliveira, onde sofreu infecção hospitalar após punções e injeção de antibióticos.As dores não cessaram e Marília foi submetida a outra cirurgia, em março do mesmo ano, para colocação de nova prótese, pois a anterior havia se rompido. Ela passou ainda por duas operações, sendo a última de emergência. Como os problemas não acabaram, ela buscou os serviços de outra cirurgiã plástica, que afirmou que a prótese estava exposta.
Créditos: http://noticias.uol.com.br
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